O ronco e as pausas respiratórias durante o sono (apneias) representam uma doença crônica e evolutiva caracterizada por interrupções parciais ou completas da respiração durante o sono associadas ao ronco. Tem uma elevada prevalência na população geral, acometendo mais frequentemente homens (24%) do que mulheres (9%). Após os 50-60 anos de idade, esse acometimento se eleva para 31% dos homens e 16% das mulheres.

Caracteriza-se por interrupções ou pausas dos movimentos respiratórios por no mínimo 10 segundos, causando queda da concentração de oxigênio no sangue, e acarretando uma serie de consequências no organismo.

Na parte cardiovascular, há uma predisposição para arritimias cardíacas e elevação da pressão arterial. Na parte endocrinológica, favorece ao ganho de peso, aumento da gordura abdominal, elevação dos triglicerídeos e resistência periférica a insulina, condição esta que pode levar ao diabetes mellitus, e na parte neurológica alterações cognitivas como perda de memória, falta de concentração e atenção, além do maior risco para acidente vascular cerebral.

O ronco e a apneia do sono também podem acometer crianças, e apresenta algumas características diferentes da doença na idade adulta. Apresenta como fatores de risco: hipertrofia das adenoides e amigdalas, alterações de arcada dentaria e craniomaxilofaciais, doenças neurológicas, neuromusculares, refluxo gastresofágico e obesidade. Pode ocasionar problemas comportamentais como déficit de atenção e de aprendizagem, comprometendo o desempenho escolar, além de déficit de crescimento.